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Real Case - Pediatria com briquedoteca fantástica

  • João Paulo Torres
  • 30 de abr. de 2017
  • 3 min de leitura

A humanização de ambientes hospitalares auxiliando no tratamento infantil

A humanização dos ambientes hospitalares tornou-se uma regra dentre os estudos e projetos do setor. Trazer conforto e segurança aos pacientes, aos acompanhantes e aos funcionários, e é o objetivo dos projetos hospitalares atuais.

O caso real realizado no Hospital das Clínicas de São Paulo (HC), concluído no ano de 2012, é exemplo de um projeto extremamente minimalista e com a humanização exacerbada no mundo lúdico criado em cada detalhe que encanta quem visita a área de enfermaria pediátrica do departamento de Urologia, localizada no 7° andar do Instituto Central do Hospital das Clínicas de SP.

O Instituto Desidrata realizou uma pesquisa que aponta que 88% dos profissionais da saúde acreditam que o ambiente hospitalar com atmosfera lúdica e alegre contribui para os pacientes enfrentar o tratamento. Segundo a Chefe de Enfermagem Maria de Lourdes Possari, Enfermeira com especialização em Gestão Hospitalar, funcionária com 28 anos de contribuição ao HC, a construção da brinquedoteca e reforma da enfermaria pediátrica “melhorou muito a recuperação dos pacientes”.

O projeto

O projeto nasceu das ideiais do renomado urologista, Prof. Dr. Miguel Srougi, que através de seu altruísmo angariou verba privada de um conjunto de grandes empresários nacionais através de doação para melhorar um espaço público que atende uma parcela carente da sociedade. Além das ideias e do financiamento, Prof. Miguel reuniu um time de especialistas hospitalares para conceber o projeto e os enviou para conhecer o que há de referência no mundo no segmento hospitalar infantil.

Desta forma, a Arquiteta Hospitalar Ana Cláudia Bella, proprietária da Bella Arquitetura, e o Engenheiro Hospitalar João Paulo Torres, diretor da Sálix Engenharia, foram a Boston, EUA, para realizar uma visita técnica no Children´s Hospital, hospital ligado à conceituada Universidade de Harvard e lá puderam vivenciar alguns ambientes extremamente coloridos onde em muitos momentos fazem com que o público se esqueça que está dentro de um hospital.

O papel da brinquedoteca

Em artigo publicado na Revista Brasileira de Desenvolvimento Humano, 2009, a pesquisadora Lecila Oliveira destaca: “A internação hospitalar, frequentemente, é vista pela criança como uma experiência desagradável a qual é acompanhada de dor. (...) Ressalta-se o papel da brincadeira como promotora de bem estar físico, emocional e amenizadora dos desequilíbrios advindos da doença e do processo de hospitalização, assim como possibilitar a continuidade do desenvolvimento da criança.

A entrega

Logo na chegada à enfermaria as crianças se deparam com um aquário de água marinha que para poder ter sido instalado exigiu um reforço na estrutura do local. Todo o setor, composto por 10 leitos infantis, posto de enfermagem, DML, preparo de medicação, prescrição médica, expurgo, utilidades e Brinquedoteca foi decorado pela artista plástica Juliana Brandão, que com muita sensibilidade realizou pintura sobre as fórmicas das paredes e sobre o gesso do forro, fazendo com que os pacientes sintam-se em um universo de fantasias. Os quartos foram decorados com a fauna e a flora dos diferentes continentes para além de divertir, ensinar.

A brinquedoteca foi transformada em uma selva com casa do Tarzam e escorregador, além do terraço que foi integrado a brinquedoteca e equipado com uma marcenaria especial transformando-se em um navio pirata, com canhão, timão e demais adereços que compõem um verdadeiro navio. Para completar o espaço infantil, foi instalado pontos de fibra óptica no forro que quando acesos imitam um céu estrelado que encanta as crianças.

Segundo a enferemeira Lourdes, chefe da área, a recuperação dos pacientes é beneficiada pela atividade e interação pós-cirúrgica, “logo após o procedimento cirúrgico as crianças já querem sair da cama para brincar e se divertir”, e completa, “quando a criança vem para o hospital para ser internada, ela possui um sentimento de dor e medo, porém, quando se depara com o ambiente colorido e decorado, se esquece que está com uma sonda e isto diminui muito seu sofrimento.”

Perguntada ainda sobre o diferencial do projeto, ela não hesitou e disse que a participação de todos desde a concepção até a construção fez com que a arquitetura e a engenharia atendessem as necessidades dos usuários finais criando um ambiente funcional e maravilhoso para o convívio de funcionários, acompanhantes e pacientes, contribuindo para amenizar os sofrimentos da população acostumada a um sistema de saúde pública deteriorado.

 
 
 

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